quarta-feira, 18 de novembro de 2009

O PROFISSIONAL COMPROMETIDO COM A EDUCAÇÃO



INTRODUÇÃO

Nesse trabalho é nosso objetivo mostrar que atualmente no mundo globalizado o profissional comprometido com a educação deve ser tecnicamente competente e politicamente comprometido para que possa contribuir com a formação dos indivíduos e torná-los formadores de pensamentos autônomos e independentes. Propiciar ao educando a capacidade de adaptar-se, evoluir e atuar na sociedade.
Demonstraremos que o educador precisa estar atento aos desafios das novas tecnologias e metodologias e utilizá-las como ferramentas de ensino no processo educativo.
Levaremos o leitor a inferir que o educador precisa, portanto ter consciência de seu papel e firmar seu compromisso na formação dos indivíduos que impulsionam a sociedade.
É importante o comprometimento do professor ao dirigir o processo educativo, porque ele pode conduzir a uma organização mais efetiva da sociedade.
Em face das necessidades educativas presentes, a escola continua sendo lugar de mediação cultural, e a pedagogia, ao viabilizar a educação, deve constituir-se como prática cultural intencional de produção e internalização de significados.

Os pedagogos começam a compreender que a tarefa da escola contemporânea não consiste em dar às crianças uma soma de fatos conhecidos, mas em ensiná-las a orientar-se independentemente na informação científica e em qualquer outra. Isto significa que a escola deve ensinar os alunos a pensar, quer dizer, desenvolver ativamente neles os fundamentos do pensamento contemporâneo par o qual é necessário organizar um ensino que impulsione o desenvolvimento. Chamemos esse ensino de “desenvolvimental”. (Davídov,1988, p.3)

2. A importância Social dos Educadores Brasileiros

A dinâmica educacional visa em última análise a uma mudança de comportamento por meio de todo um processo de aprendizagem. Dentro desse enfoque torna-se necessário analisar a própria posição do educador a partir de um contexto crítico.
O crescimento pessoal do aluno deve receber a mesma atenção dada à formação cultural. A dinâmica educacional visa em última análise a uma mudança de comportamento por meio de todo um processo de aprendizagem. Dentro desse enfoque torna-se necessário analisar a própria posição do educador a partir de um contexto crítico e em total sintonia coma realidade em que se ignore ainda uma certa dose de teor ideológico. É de certa forma transparente a necessidade de um empenho coletivo para que os reais objetivos educacionais sejam plenamente atingidos e essa responsabilidade não se limite à atuação do educador como profissional, mas envolva também uma sensível participação dos órgãos governamentais para prover e alocar recursos suficientemente adequados ao perfeito cumprimento desses objetivos.
O compromisso de educar não se restringe somente á formação cultural e profissional de seus educandos. Sua responsabilidade é mais ampla e abrangente. Ele é responsável e deverá contribuir também de forma eficaz para o crescimento pessoal dos educandos. Por tanto o educador deverá estar atento ao contexto social, político e econômico dentre outros que vivemos.
As recomendações devem ser apreciadas por todos aqueles que acreditam na educação e por educadores de uma forma geral:
• Ter a sensibilidade suficiente para detectar, diagnosticar e compreender diferenças individuais;
• Despertar, estimular e desenvolver habilidades e potencialidades;
• Conquistar a confiança de seus educandos por meio de um relacionamento cordial e maduro;
• Administrar sistemas de avaliação mais justos;
• Adotar uma posição democrática sem, contudo deixar escapar o aspecto disciplinar extremamente importante á condução de suas atividades;
• Desenvolver um plano de trabalho coerente e predefinido;

• Preparar temas condizentes e com recursos pedagogicamente adequados;
• Possuir um domínio considerável de conteúdo;
• Criar um canal bilateral de comunicação mesmo porque hoje já não há mais “espaço” para o educador “sabe-tudo” e com estilo radical de ensino;
• Transmitir conhecimento de forma sistematizado;
• Preparar o aluno para as dificuldades, seja melas pertinentes ao mercado de trabalho ou de qualquer outra natureza;
• Preferir o diálogo à crítica;
• Trabalhar com o “psicológico” de seus alunos.
A educação é uma tarefa importante e séria. Deve ser objeto de estudos e reflexões constantes. Deve ser vista e exercida com os olhos mais largos por parte dos educadores. A prática educacional quando assim exercida não se limita a um simples trabalho ou fonte complementar de renda. Quando desenvolvida dentro dessa dimensão e magnitude é acima de tudo uma arte difícil é verdade, mas extremamente gratificante.


2.1. Desde o início, o que não pode faltar:
Brincadeira
Por que trabalhar: Embora a brincadeira seja uma atividade livre e espontânea, ela não é natural, mas uma criação da cultura. O aprendizado dela se dá por meio das interações e do convívio com os outros. Por isso, a importância de prever muito tempo e espaço para ela “Temos capacidade de desenvolver a imaginação e é essa habilidade que brincar traz”.

Linguagem Oral
Por que trabalhar: Quando o bebê se expressa com gritos ou gestos, ele tem uma intenção. ”Mesmo os que têm pouco vocabulário ou que ainda não falam com desenvoltura estão participando da atividade comunicativa de forma competente e correta”. Para que a linguagem oral se desenvolva, cabe Para que a linguagem oral se desenvolva, cabe ao professor reconhecer a intenção comunicativa dos gestos e balbucios dos bebês, respondendo a eles, e promover a interação no grupo.

Movimento
Por que trabalhar: O movimento é a linguagem dos pequenos que ainda não falam e continua sendo a maneira de se expressar daqueles que já se comunicam com palavras. “O pensamento é simultâneo ao movimento e, por isso, não se pede que eles fiquem sentados ou quietos por muito tempo. Evitar que se mexam é o mesmo que impedi-los de pensar”. Quanto mais o professor incentivar o movimento, maior será o aprendizado de cada um sobre si mesmo e o desenvolvimento da capacidade de expressão.

Arte
Por que trabalhar: A música e as artes visuais são dois meios de os pequeninos entrarem em contato como que ainda não conhecem. Nessa fase, as linguagens se misturam e um mesmo objeto, como um giz de cera, pode ser usado para desenhar ou batucar. “Aqueles que têm oportunidades de participar de atividades nessas áreas certamente desenvolvem mais a capacidade cognitiva”.

Identidade e autonomia
Por que trabalhar: O bebê nasce em uma situação de total dependência e, pouco a pouco, necessita se tornar autônomo. “Enquanto adquirem condições para realizar ações, as crianças começam a saber das conseqüências de suas escolhas”.

3. O comprometimento pessoal do educador consoante os novos paradigmas da educação

Nesse novo modelo de Educação o professor precisa saber “porque fazer, para que fazer e para quem está fazendo”.
Na antiguidade, o mestre, pela sua vivência e experiência, era portador dos saberes, cabendo-lhe o papel de transmitir aos educandos o patrimônio cultural do mundo.
Hoje a sua formação não pode ser restrito apenas ás questões técnicas de ensino e conhecimento de conteúdos específicos. Deve ir além das questões técnicas para o desenvolvimento da consciência crítico – reflexiva do seu aluno.
A competência técnica do professor significa a habilidade, a capacidade de planejar o ensino e organizar os meios de forma eficiente, para que torne a aprendizagem mais consciente, duradoura e significativa. É essa competência que fornece ao professor um ensino melhor, mais adequado ao nível evolutivo, ao interesse e ás particularidades do educando, favorecendo a assimilação de conteúdos e promovendo resultados mais satisfatórios.
Para Libâneo, a função do professor em terras de competência técnica, é propiciar o desenvolvimento dos alunos, dirigir o processo de aprendizagem a fim de desenvolver as capacidades cognitivas do aluno; colocar problemas e desafios que se liguem á vida do aluno. (1985, p. 56)
Diante disso, percebe-se a necessidade da escola como instituição reguladora. Ela e o próprio educador devem restabelecer, em suas práticas pedagógicas, o ideal de formação humanista. Assim o ato de educar terá a sua intencionalidade política transformadora concretizada.
Assim, é fundamental que cada professor se sinta desafiado a repensar o tempo pedagógico, analisando se ensina o que é de direito para os estudantes e se a seleção de conteúdos, capacidades e habilidades é, de fato, importante naquele momento, considerando que esses estudantes são crianças ou adolescentes que apresentam características singulares dessas etapas de desenvolvimento. Reconhecemos a necessidade da circulação de informações e conhecimentos, mas não queremos que as crianças e os jovens que freqüentam nossas escolas aprendam conceitos ou teorias científicas desarticulados das funções sociais. Queremos que eles pensem sobre a sociedade, interajam para transformá-la e construam identidades pessoas e sociais, vivendo a infância e a adolescência de modo pleno.

4. O professor e o ato de ensinar
O educador deve estar sempre atento aos atos de ensinar, aprender e apreender, que são ações conjuntas, devem caminhar lado a lado.
Apreender significa segurar, prender, assimilar mentalmente, entender e para apreender é preciso agir, exercitar-se, informar-se. O verbo aprender significa tomar conhecimento, reter na memória mediante estudo, receber a informação de.
É preciso distinguir quais dessas ações estão presentes na meta que o educador estabelece ao ensinar.


O ato de ensinar não é mais apresentar ou explicar o conteúdo numa aula expositiva, porque seria necessário somente ter a habilidade técnica de exposição ou oratória. Não se pode mais seguir o modelo jesuítico, presente desde o início da colonização do Brasil pelos portugueses, onde os três passos básicos de uma aula era preleção do conteúdo pelo professor, levantamento de dúvidas dos alunos e exercícios para fixação, para que os educandos memorizassem os conteúdos para as avaliações.
Toma-se assim, a simples transmissão da informação como ensino, e o professor fica como fonte de saber, tornando-se o portador e a garantia da verdade.
A sala de aula é um espaço privilegiado de negociações e de produção de novos sentidos e significados a respeito, principalmente, dos diferentes conceitos escolares. Isso acontece em uma rede interativa complexa em que se tornam presentes e se atualizam a história de vida, as experiências e vivências de professores a alunos, além do próprio conhecimento formal.
O educador deve conduzir o seu grupo de alunos, buscando compreender e negociar os diferentes processos de significação que envolvem as situações de aprendizagem que planejou. Ele tem o papel de mediador, atribuindo a idéia à abordagem histórico-cultural.

5. Planejamento
É o processo, contínuo e dinâmico, de reflexão, tomada de decisão, colocação em prática e acompanhamento.
O plano é o produto desta reflexão e tomada de decisão, que como tal pode ser explicitado em forma de registro, de documento ou não: “Poderão tão somente ser assumido como uma decisão e permanecer na memória viva como guia da ação.” O planejamento, enquanto processo, é permanente. O Plano, enquanto produto é provisório.
O Planejamento da Educação escolar pode ser concebido como processo que envolve a prática docente no cotidiano escolar, durante todo o ano letivo, onde o trabalho de formação do aluno, através de currículo escolar, será priorizado. Assim, o planejamento envolve a fase anterior ao início das aulas, o durante e o depois, significando o exercício contínuo da ação – reflexão – ação, o que caracteriza o ser educador.

5.1. Finalidades do Planejamento
• Despertar e fortalecer a esperança na história como possibilidade;
• Ser um instrumento de transformações da realidade;
• Resgatar a intencionalidade da ação (marca essencialmente humana); possibilitando a (re)significação do trabalho, o resgate do sentido da ação educativa;
• Combater a alienação: explicitar e criticar as pressões sociais e os compromissos ideológicos; tomar consciência de que projeto está se servindo;
• Ajudar a resgatar o movimento conceitual e a organizar o fluxo da expressão sobre o objeto de conhecimento;
• Não desperdiçar atividades e oportunidades de aprendizagem;
• Ser elemento de autoformação do professor, na medida em que possibilita o pensar mais sistematicamente sobre a realidade, sobre a proposta sobre a prática, ajudando, pois, a diminuir a distância teoria-prática, evitando a rotina viciada e a improvisação;
• Resgatar o saber docente, a cultura Pedagógica do grupo;
• Superar a expropriação a que o professor foi submetido em relação à concepção e ao domínio do seu “que fazer”, resgatando sua condição de sujeito de transformação.

6. Didática
A Didática é o principal ramo de estudos da Pedagogia que investiga a natureza das finalidades da educação como processo social, bem como as metodologias apropriadas para a formação dos indivíduos.
O processo de ensino é uma atividade conjunta de professores e alunos, organizado sob a direção do professor, com a finalidade de prover as condições e meios pelos quais os alunos assimilam ativamente conhecimentos, habilidades, atitudes e convicções. Este é o objeto de estudo da didática.
Para adequar-se às necessidades contemporâneas relacionadas com as formas de aprendizagem, o educador deve ter claro o seu papel de mediador na preparação dos alunos para o pensar, possibilitando as condições e os meios de aprendizagem. Buscar métodos para estimular as capacidades investigadoras dos alunos ajudando-os a desenvolver competências e habilidades mentais.
A Didática é a relação ensino-aprendizagem, na qual estão implicados os objetivos, os conteúdos, os métodos e as formas de organização de ensino.
Hoje, especialmente, tem o objetivo de desenvolver as funções cognitivas, tendo em vista o desenvolvimento físico e intelectual do aluno.
O educador comprometido com o ato de ensinar, deve ter os conhecimentos teóricos e metodológicos, assim como o domínio dos modos do fazer docente, de modo a propiciar uma orientação segura para seu trabalho profissional.
O trabalho docente deve buscar alguns objetivos:
• Possibilitar aos alunos o domínio dos conhecimentos científicos;
• Criar condições e meios para que as habilidades intelectuais e capacidades cognoscitivas dos alunos se desenvolvam;
• Atuar de maneira a auxiliar no desenvolvimento/formação da personalidade dos alunos, para que tenham atitudes diante dos problemas da vida real.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Podemos inferir que o comprometimento do educador, o processo de ensino-aprendizagem e a relação professor-aluno são fundamentais para desenvolver nos alunos as capacidades intelectuais necessárias para assimilar e utilizar com êxito os conhecimentos.
Isto traz implicações importantes para o ensino, pois se o que está mudando é a forma como se aprende, os professores precisam mudar a forma de como se ensina, respeitando-se o princípio da subordinação do ensino aos modos de aprender.
A preocupação mais elementar, hoje, diz respeito às condições e modos pelos quais os alunos melhoram e potencializam sua aprendizagem, Em razão disso, um conjunto de métodos a serviço de uma pedagogia voltada para a formação de sujeitos pensantes e críticos deverá salientar em suas investigações as estratégias pelas quais os alunos aprendem a internalizar conceitos, habilidades e competência do pensar, elementos categoriais, modos de ação que se constituam em “instrumentalidades” para lidar praticamente com a realidade, que é: resolver problemas, enfrentar dilemas, tomar decisões e formular estratégias de ação.

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. 20ª ed. Cortez Editora. RJ. 2001.

FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. 23ª ed. Paz e Terra. RJ. 1979.

CATAPAN, A. Hack. O Processo do Trabalho Escolar. In: Perspectiva; jul/dez; 1996

VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Planejamento: Projeto de Ensino-Aprendizagem e Projeto Político-Pedagógico. 7ª ed. São Paulo. Libertad, 2000.

ANASTASIOU,L.G.C. Metodologia do Ensino Superior: da prática docente a uma possível teoria pedagógica. IBPEX, Curitiba, 1998.

www.rhportal.com.br
Roberto de Oliveira Loureiro
Formação em Administração de Empresas com Pós-graduação em Marketing, especialização em Pedagogia e Mestrado em Administração de recursos Humanos.
Janeiro de 2007.

MAGALHÃES, Sérgio Murilo
Revista Construir / Notícias, Ed. Construir / jul. e ago. 2008
MORAES, Artur Gomes
Revista Construir / Notícias nov. e dez. 2008

Revista Nova escola; Novembro de 2008.

Futuro Professor; Janeiro de 2008.

Cadernos de Pesquisa, v.35, n. 126, p.689-698, set./dez. 2005 689

2 comentários:

  1. O educador comprometido com o ato de ensinar, deve ter os conhecimentos teóricos e metodológicos, assim como o domínio dos modos do fazer docente, de modo a propiciar uma orientação segura para seu trabalho profissional.

    ResponderExcluir